Mãos do Destino
Sou pião a rodupiar os sentidos
Sou a veia do norte e a mão do destino.
Com beijos soltos ao vento sigo
Por estrada de cimento ou de mares antigos.
Sou a sede dos sertões tão sofridos,
A força dos leões, a saga dos egípcios.
Varro as terras com um pensar corrido,
Abraço paixões do oeste e do sul esquecido.
São retratos manchados por mãos sem juizo.
Valha-me Deus! vale todos os sentidos disso.
É de massa o pão, amassado pelas mãos,
Os pés nas uvas e hoje sobre a mesa estão,
Saboreio o tinto e o doce prazer da razão.
É a terra que piso e o que planto é defesa
Que me faz ser um mito das minhas certezas.