VERSOS DISPERSOS VIII
(I) UM TEXTO POÉTICO
Solano Brum
Mal me quer; bem me quer; mal me quer...
Desconheço essa dúvida entre nós dois!
Ela me espera enquanto tento escrever
O Texto Poético e ofertá-la bem depois!
Sobre a cama, me olhando, enamorada,
Num instante que sufoca tantos anos!
E eu demoro; e ela tem alma extasiada
E na cabeça, alguns milhões de planos!
Mas seu corpo vem em minha direção,
E me aborda, como a Diana caçadora,
Cravando-me sua flecha de fantasia...
E eu acordo debruçado sobre a mão...
E ela dorme como Musa encantadora
A sonhar, talvez, com minha Poesia!
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(II) QUEM EU SOU?
Solano brum
Eu não sou todo eu... Por inteiro...
Sou metade amor, fantasia ou ilusão;
Um lado é mentira, o outro, verdadeiro;
Tanto acaricio quanto dou um bofetão!
Tanto digo sim, quanto digo não;
Tanto sou último quanto primeiro.
Tenho um lado torto da visão;
Pássaro das alturas ou rasteiro!
Quero o que me encanta; quero
Vencer o medo; quero mais
Que qualquer outro possa ter...
E entre nada e tudo, eu espero
Ser na vida, igual aos meus iguais
Sem essas metades no proceder!!
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(III) O TEMA É SOBRE O AMOR
Solano Brum
Falo de amor... Aprendi com Diotima
Pelos discursos no banquete de Platão.
A Pauta sobre o Deus Eros; a doce rima;
A alma gêmea de Pausânias a Agatão!
Na bela casa oferecida pelo anfitrião,
Discorreu-se sobre o “amor” e a “Estima.”
Tantos Filósofos para o tema em questão
Que é força; que desperta; que reanima!
Qualquer que seja o texto sobre o amor;
Está na Poesia; nos corações apaixonados;
No rico ou pobre; na pedra ou na flor;
Nos casais, cujas bênçãos vêm de Deus!
Eu concordo com os discursos afamados
E os ensinos sobre o amor, por Diotima!
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GRANDE MESTRE HERCULANO. PARABENIZO-O POR TÃO BELO SONETO EM MINHA PÁGINA.
NÃO SOU DOIDO NEM SÃO, SOU POETA
Eu penso muitas coisas que não digo,
Também não digo tudo o que eu penso.
Não sei se por receio ou por bom senso,
Ou por ter consciência do perigo.
Eu não sou doido não, meu caro amigo,
Pra dizer ou fazer tudo o que penso.
Meu medo da loucura é tão imenso,
Que vai viver até morrer comigo.
Eu não sou doido não, mas sou propenso
A crer, sinceramente, que eu pertenço
Ao mundo imaginário do meu Eu.
O mundo em que a mente do poeta
Desajustadamente se projeta,
Como se o mundo inteiro fosse seu.
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