Prova dos Nove
Não vou acordar a noite se ela quiser dormir.
Nesse enorme silêncio na penumbra do quarto,
Nesse tempo parado em que me questiono ir,
Perpasso por todo corpo da solidão enfim
E nesse momento deserto diante de mim
Enterro meus medos e me encharco de gim.
Consigo me ver na opaca luz do espelho
É fascinante, falo dele porque me vejo.
Nele sou linda, mato enganos e solto desejos.
Não há escárnios nem fica perdida as noites,
Busco legado dos santos sábios sem alexandres.
O que tenho está na noite entre o novo e o velho
E no peso da cabeça pelos incessantes zumbidos.
No labirinto do apartamento fotos espalho,
Fração de quem tem, sem tirar a prova dos nove.
Assim chega o sono de maneira leve num sonho neve.