O Vento no Tempo
O vento toca o tempo a suavizar a missão,
Há pressão das horas sobre os ponteiros.
Acelera na corrente sanguínea a paixão
Do universo pleno a esvoaçar mistérios.
O vento forte tira do cais o viajante do mares.
Com lenços de seda num mastro imenso
Levado pelo vento com nobreza está o tempo.
Vai a escorrer por estradas íngremes em curso,
Segue por becos fétidos, ou por lugares limpos,
Vai as mansões que o atropela com ambições.
Assim é o vento a suavizar a todo o momento
O mundo que por vezes incendeia e em pranto
Deixa a trépida impressão que fomos parados,
No último badalar do relógio no tempo do vento.
Mas se o vento se revolta no raiar do tempo,
O temporal invade as almas aflitas que imploram
Que a revolta cesse na cidade ou no campo
Que perdoe os tiranos que do berço exploram.
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