TRANSCENDENTAL
Havia
naquele rosto
um caleidoscópio
de amores,
dores e flores,
uma textura
transbordante,
daquela
que nos arrebata
em todos os matizes.
A tez
pulsava
a policromia
da vida
em seus tons
plurais,
na lágrima doída da partida,
no sorriso rasgado do regresso,
na ânsia do primeiro beijo...
Não era apenas uma face:
era um labirinto,
de sabores, odores e olhares
de tocares,
de ouvires ...
um ourives
em seu sonho dourado.
Nele me perdia para
me encontrar
na lembrança
vívida de uma aquarela
vibrante,
com as tintas
que pintamos
nossas paixões.
Certamente
era mais do
que um rosto,
era tudo,
e tudo ainda era pouco...
Algo místico,
de um colorido
infinitamente
transcendental.