Na Vibração dos Sentidos

 

Os mantos que me cobrem na porta da cidade,

Os sapatos que vestem os meus pés passantes,

A terra a qual permite-me descansar o corpo

E o café forte, o pão quentinho a tempo

É tudo que mastigo na vibração dos sentidos.

 

O retorno no espaço vivido e o momento oco

São pensamentos processados agora a pouco

Na computação da hora entre ter ou não ter.

Entre a coragem e o medo mora a razão pra viver.

 

Conto nas redes tecidas pontos do instante

Do gosto cítrico sentido na madrugada dante.

Na brecha do pensar mora um velho caderno,

Como a canção cantada, desafinada mas terno.