ILUSÕES AO VER DECLAMAR
ILUSÕES AO VER DECLAMAR
Numa encosta sob as monções,
No oriente mais que eterno,
Revejo as minhas ilusões,
Escuto meu vento materno.
Relembro os caminhos de antes,
Nas rotas advindas de África,
Com passos ao sol e ofegantes,
E disputas que foram trágicas.
Nosso agir como leões ou hienas,
Que guardamos de eras passadas,
Na incerteza contida nas lendas,
Que moldaram os contos de fadas.
Foram base para o nosso momento,
Como as lutas para sobreviver,
Que deram, além do discernimento,
A melanina certeira para viver.
Hoje, tudo é muito mais fácil,
Vencidas as moléstias de ontem,
E já não recorremos ao prefácio,
Que nos fez montar nosso totem.
Mas devemos tudo ao ancestral,
Persistente e teimoso em cuidar,
Senão, seria só um sonho astral,
E não poderia lhes ver declamar.