ALGOZ
Do tempo
me desperdiço
em esperas
Fogem-me os ponteiros
no calabouço
dos insucessos,
a circunferência
é o arcabouço
dos não-regressos,
círculo ocioso,
do circo vicioso,
sorrisos
se perdem
em lágrimas
sem graça,
na despedida
nenhum paradeiro,
sobrou o picadeiro
de uma farsa.
Quem sou eu ?
Quem me tomas
com estardalhaço?
Sou da vida o domador
ou um mero palhaço ?
Sou avesso
da verdade,
atravesso-me
em ilusões
lugar-comum
daquele
que o tempo perdido
me tem como
amordaçada voz
e eu o tenho como
o meu pior algoz.