Além do Continente
Vejo mais do que ruas, estradas e continentes
Há uma dimensão maior em minha mente,
Um caminho estreito, frio, sólido e pertinente
No vão dos olhos foi plantada a semente.
Vejo escuridão, luz pelas brechas dos dedos
Muitas falas, chão, mata-borrão e cadeados,
Vejo portas que se abrem, perfumes e pedaços
De sonhos derramados, colhidos sem espinhos.
No debulhar dos grãos chega-se a colheita,
Conta-se os anos sortidos sem nenhuma receita.
Nos degraus sem corrimão atenção na mutreta,
O vento balança o corpo pra o norte da mureta.
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