Não é Tarde
É tarde nas retinas dos meus olhos
A expressão do dia salgou as lágrimas
Molhou as vestes que cobre o corpo farto
A vida bate como a bater num tapete.
O rios deságuam no mar com um certo medo,
Eu deságuo na vida na sombra dos dedos.
É tarde sim para mudar de rota, reforço
Não tenho como pedir perdão e ser perdoada.
O sol queima a língua e estremece a ilusão.
A sombra da mangabeira refresca os ais.
Agora é tarde para costurar a saudade
Mas não é tarde o sonhar na fronteira dos olhos.
A vida ainda pulsa sem jeito no cair da tarde.
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