Ontem
Ontem...
Quando na véspera estava
Algo no meu peito se apertava
Desenhos na memória revivido
De outros ontem concedidos
Mas ontem algo a mais
Não fazia sentido
E eu gritava nos meus ouvidos
Que de cada ontem vivido
Esse seria construído
Com o que faz tudo ser bem vindo
E o peito gritava
Se apertava
Negava
Tudo que a mente
Inventava
E no devaneio da emoção
Deixei encher o coração
Da mais linda ilusão
E nela eu cantava
Sorria e dançava
Embalada pelo carinho
Esboçado em cada pedacinho
Das palavras a mim dedicadas
No tempo reservado
Para mim com todo cuidado
E em cada espaço
Desse tempo delimitado
Uma a uma perfiladas
Chegavam as palavras
Que a alma inundava
Preenchendo-a e assim expulsava
A tristeza que ali estava
Por tanto tempo ser desdenhada
Ontem
Quando acordei
Era com isso que eu sonhava
A menina abandonada
Só queria ser acariciada
Tanto tempo nessa loucura
Tanto tempo a procura
E ontem eu esperava
Mas outra vez
Não recebi nada
Fui voltando para mim
E a esperança chegou ao fim
A face molhada
Meu sorriso apagou
Foi como uma facada
Que o meu coração sangrou
Pra você não foi nada
Porque ontem...
Ontem não foi dia de nada