MUNDO SEM PÁTRIAS

MUNDO SEM PÁTRIAS

 

Quem é rico se acha capaz,

Enquanto crê em supremacia,

E não vê o que faz ou desfaz,

Pois desfruta da mente vazia.

 

Junto aos ricos a força gravita,

Cooptada por cruéis mercenários,

Calam os pobres com vida maldita,

Como enganam os seus legionários.

 

Sob a égide da fé e os costumes,

Praticam toda simonia e batismos,

Querem almas sem pobres queixumes,

Como adornos de seus garantismos.

 

Nesse mundo sem pátrias ou lar,

As colinas não têm os castros,

Pois precisam ter nesse lugar,

A leveza dos voos dos patos.

 

Essas aves migram ou fogem,

Numa busca por colo e ninho,

Mesmo quando os mapas de hoje,

São segredos de um pergaminho.

 

Isso vale também para a gente,

Quando olhamos à nossa volta,

E se o corpo se torna indigente,

É por causa do que se comporta.

 

Somos todos matéria no espaço,

Mas podemos ser mais que normais,

Tendo mais energia que um passo,

Nas pegadas de um sonho a mais.

 

Hoje eu só vejo como riqueza,

O brilho de luz na minha alma,

Como o raio que traz a certeza,

De ser mais que a vela na calma.