DESVELO
Revelo a ti
o meu desvelo,
como sombra
numa tarde de verão,
que vem e se instala
no chão,
e do frescor,
vela o calor,
e do mormaço,
vem com um abraço,
e se oferece
com um traço
a rabiscar no sol,
a refrescante
escuridão.
Revelo em ti
o meu desvelo
como novelo
e se debulhar
fio a fio,
zelo a zelo,
agasalhando-te
de um amor,
adereço,
endereço
sem preço,
com o valor
de um eterno
recomeço.