Calabouço da Ilusão
Já estive nas dobras do vento
Já fui no calabouço da ilusão
Bebi mel e fel do meu veneno
De ser o tolo de bom coração.
Da estrada esburacada, cimento
Da fome escandalosa, alimento
Do desejo de voar, mãos na mala
Na falta de amor, cantor pra ela.
Do corpo virgem beijos macios,
Fonte e vida no cair dos desejos
Senhor das minhas inspirações
Da tua piedade, mil compaixões.
Da tua existência, toda minha vida
Da janela da alma, tranca e partida
Cachoeira de vida nas horas aflitas
Sou um naúfrago dando braçadas.