x + y, quatro
“Como dois e dois são quatro”
Já dizia o tal Gullar
Num versinho singular
Que gravei feito um retrato
Num caderno rabiscado
Era tudo muito claro
Hoje em dia eu nem comparo
Tudo é muito rebuscado
Tem um tal de “á” mais “bê”
Que logo me tira o tino
É razão pra desatino
E proporção pra se ler
Um tal “xis”, “ípsilon” e “zê”
Sempre vem me apoquentar
Já que equação é pra ler
E palavra é pra contar
É letra entrando na conta
E conta entrando na prosa
Que a matéria não entrosa
E meu tino desaponta
Mal aprendi a somar
E já querem subtrair
O pouco que aprendi
De tanto, tanto estudar
Mas com que régua me medes?
Unir verso e poesia
Nas retas da geometria
Tal qual Drummond e Arquimedes
E pra aquele que não viu
Letra e número em junção
Repare neste expressão
x Gullar + Talles, 1000
(Carlos Roberto Félix Viana)