Portas e Enchentes

 

Nos remendos quebrados cobri o corpo

Na estação tempestuosa em que calava.

Cobertores quentes são mãos sem calos

Perdi os meus nas grandes enchentes.

 

Passei as chaves nas portas existentes,

Nas portas abertas entrar eu não posso

Se o meio não purifica e o ato não atua

É o medo que paralisa e a cena é crua.

 

Se o parto parte a dor no meio do fato

És aí o desembaraço pra sanar o caso

O recomeço, as elucubracões, a força

A não deixar alastrar a chama do fogo.