Dor
Eu ando pelas ruas
E não ouço o som do realejo
As pessoas estão descrentes
Pela noite
Os homens puxam carrocinhas
Eu estou descontente
Que gente que não sente
Que a lua ilumina a noite
Os faróis dos carros a avenida
Talvez em busca de uma noite curta
Talvez quem sabe
Uma eternidade com sua querida
Eu me perco nesse emaranhado de coisas confusas
Já nem sei mais
Se o roxo e o alaranjado
São cores de nossa bandeira
Pouco me importa
Se a horta produz tomate ou rabanete
Eu entro no bar da esquina
Amigo me vê um sorvete
E em passos poucos largos
Entre Deus e os pecados
Eu entro no supermercado
E a horta eu compro em lata
Me mata se és ladrão
Me darás assim a alegria
De amanhã não ser mais patrão
Me mata se és ladrão
Me darás assim a alegria
De amanhã não estar mais descontente
Me mata se és ladrão
Me darás assim a alegria
De amanhã não estar mais
Com essa terrível dor de dente