Alucinação
Tenho fatigado
Minha mente
Na busca insensata
Por ter o que já antes
Vi-me ser negado
Estenuo-me na intempérie
Ilusão de que no hoje
Desvenciliarei-me da solidão
Essa criatura sem vida
Que entranha-se por meu corpo
Que exaurido
Cai por terra desfalecido
Criatura infame
Que minha alma rasga
Traz pra palma
Tudo que no outrora
Se fez adormecido
Enquanto meu pobre coração
Segue iludido
No perfume hipnótico
Cuja visão deturpa
Com os sentidos faz trapaça
Arruinando
Pondo-me em desgraça
E o que meus olhos buscam
Na névoa se embaça
Enquanto sua presença
Se desfaz como fumaça
E se de rastro
Nada deixasse para trás
Ousaria duvidar
Pensaria louca estar
Mas como de você
Permite deixar
Um perfume
Pelo ar
Bem sei
Que não quis
Comigo ficar