EXISTENCIALIDADE
Eu falo a língua
dos que conversam
com o silêncio.
Ouço suas vozes invisíveis
na intimidade de cada paz.
Comunico-me com
o vazio repleto de ser,
cheio de si.
E sendo,
existo-me na quietude das coisas,
desisto-me dos bulícios
que não me deixam sonhar.
Me debruço,
calado,
na
calada
da noite.
A janela é muda!
Abre-me apenas
para as necessárias paisagens
com olhos que não veem,
apenas sentem as cores
na tépida aquarela
da respiração do vento.
A janela muda!
Não está mais lá.
Ela se descortina
para outros olhos,
defrenestração
de um novo silêncio,
ávido por ganhar
o mundo
e dialogar
com as outras formas
de existência.