EXISTENCIALIDADE

Eu falo a língua

dos que conversam

com o silêncio.

Ouço suas vozes invisíveis

na intimidade de cada paz.

Comunico-me com

o vazio repleto de ser,

cheio de si.

E sendo,

existo-me na quietude das coisas,

desisto-me dos bulícios

que não me deixam sonhar.

Me debruço,

calado,

na

calada

da noite.

A janela é muda!

Abre-me apenas

para as necessárias paisagens

com olhos que não veem,

apenas sentem as cores

na tépida aquarela

da respiração do vento.

A janela muda!

Não está mais lá.

Ela se descortina

para outros olhos,

defrenestração

de um novo silêncio,

ávido por ganhar

o mundo

e dialogar

com as outras formas

de existência.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 13/08/2022
Código do texto: T7581501
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