Intrépidos Anos
Conspirei todo tempo comigo mesma,
Eu me aproximei do espelho enferma
Só e com o espírito cansado, mal amada
Devorada pelos anos, por ele atropelada.
Cética de tudo a espancar o vento, parei
Diante dos carros em movimento, reparei.
Sequencialmente a memória talhou, corri
Diante do espelho calei, sofri, não recorri
O que vi foi obscuro, tosco, mas me vi, vi.
Procurei as fases e o que fiz de tudo dela,
Perdi-me na primavera, como nas paralelas.
Não fui amiga das noites nem da sentinela.
A velocidade do tempo calmo foram nelas.
As cicatrizes foram chagas expostas e posta
Está no quadro abstrato na parede e reporta
Os dias de verão que foram abandonados,
Os intrépidos anos do debruçar acanhado
Que deixou pela vida este ser acorrentado.