Abrigo

Na escuridão do quarto que a abriga

Seu corpo se encolhe

Perdendo a vida

Olhos fechados umedecidos

Pelas lágrimas escorridas

Amargura a alma pena

Desfigura nessa cena

Sonhos que no breu se fariam

Desmanchados se espalham

Povoam quarto e mente

Machucando a quem sente

Emudecida se volta pro ventre

Esperança que não lhe pertence

De gritar, se fazer ouvir

E mesmo que tente

Sabe bem ninguém a sente

Guarda o grito

Esconde o rosto

No úmido travesseiro

Dela só se ouve

Um tênue soluço

Que balança seu corpo

Revelando não estar morto

E enquanto a escuridão se desfaz

O cansaço a domina

Dorme feito menina

Até que a teu corpo toque

A luz de outro dia

Levando-a desfeita

E enquanto ela se enfeita

Para a dança de outra vida

Vida que representa pra agradar

E assim não a façam chorar

Enquanto a luz não se apagar

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 09/08/2022
Código do texto: T7578923
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