O PREÇO DA COLHEITA

O PREÇO DA COLHEITA

 

Não sei até quando eu suporto,

Porque vivo em dias de guerra,

E alguém de vocês me quer morto,

Depois de sofrer nessa terra.

 

Só quero a clemência dos anjos,

E a tolerância de quem governa,

Porque há quem viva de enganos,

Mas eu prezo a verdade eterna.

 

Não planto o que seja de lata,

Pois sei o preço da colheita,

Mas clamo que vejam as ciladas,

Que uma rua de inveja receita.

 

Ainda sofro sem saber o porque,

Já que fiz o trabalho com zelo,

Tendo por regra não ver sofrer,

Nem quando vivo o meu pesadelo.

 

Peço a Deus tão somente justiça,

Como balança de certo e errado,

Pois aqui há quem veja malícia,

Ou perjúrio vivendo os pecados.

 

Que os meus virtuais defensores,

Manifestem a verdade que atesta,

Derrubando e cegando os censores,

Que só querem o mal que professa.

 

Talvez pensem que há segredos,

Nas forças que forjam o oculto,

Mas não sejam a seiva dos veios,

Onde fervem a dor do meu luto.

 

Carpideiras estarão no velório,

Mas não sabem o que seja liame,

Mas eu sei do exílio em Orion,

Aos que cumprem jornada infame.