MILHO

Muito se fala em cuscuz,

Que até seu cheiro seduz.

Quem nunca comeu deduz

Ser igualzinho a manjar.

Talvez só mude na cor,

E sobreponha em sabor,

Mas tendo o mesmo valor

No quesito alimentar.

Que é bom não é novidade,

Mas por trás dessa beldade

Tem um herói de verdade.

Com imponência e brilho,

Quase um Deus na perfeição,

Multiplicando em função

No termo alimentação:

O insuperável milho!

É o grão mais fabuloso.

Sem dúvida o mais gostoso.

Alimento precioso,

Transformado ou em natura.

São inúmeras receitas,

Todas elas tão perfeitas,

Advindas das colheitas

Da divina agricultura.

Podemos comer assado,

Como também cozinhado,

De pratos têm um bocado:

Da canjica ao mungunzá,

Quarenta, xerém, mingau,

Angu, pamonha, curau,

Uma pipoca no grau,

Sem esquecer o fubá.

Dá suco, uísque, cachaça,

Etanol, cerveja e massa

Para bolos, tem quem faça

Esse grão ser tão diverso.

Tenho até medo de errar

Ou meu poema falhar

E o milho não exaltar

Até meu último verso.

E mesmo não tendo um dia,

Pois o mesmo merecia,

A gente o reverencia

Nas festas de São João.

Ali, sem nenhuma pressa,

Como quem paga promessa,

Cada sorriso confessa

Nosso amor por esse grão.

Lino Sapo
Enviado por Lino Sapo em 07/08/2022
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