MILHO
Muito se fala em cuscuz,
Que até seu cheiro seduz.
Quem nunca comeu deduz
Ser igualzinho a manjar.
Talvez só mude na cor,
E sobreponha em sabor,
Mas tendo o mesmo valor
No quesito alimentar.
Que é bom não é novidade,
Mas por trás dessa beldade
Tem um herói de verdade.
Com imponência e brilho,
Quase um Deus na perfeição,
Multiplicando em função
No termo alimentação:
O insuperável milho!
É o grão mais fabuloso.
Sem dúvida o mais gostoso.
Alimento precioso,
Transformado ou em natura.
São inúmeras receitas,
Todas elas tão perfeitas,
Advindas das colheitas
Da divina agricultura.
Podemos comer assado,
Como também cozinhado,
De pratos têm um bocado:
Da canjica ao mungunzá,
Quarenta, xerém, mingau,
Angu, pamonha, curau,
Uma pipoca no grau,
Sem esquecer o fubá.
Dá suco, uísque, cachaça,
Etanol, cerveja e massa
Para bolos, tem quem faça
Esse grão ser tão diverso.
Tenho até medo de errar
Ou meu poema falhar
E o milho não exaltar
Até meu último verso.
E mesmo não tendo um dia,
Pois o mesmo merecia,
A gente o reverencia
Nas festas de São João.
Ali, sem nenhuma pressa,
Como quem paga promessa,
Cada sorriso confessa
Nosso amor por esse grão.