O Calar do Canto

 

O despertar deixa-me perplexa

A claridade após a noite é complexa

Entre sonhos e pesadelos vêm as horas

A contabilizar segundos das lembranças.

 

Faz algum tempo que não há calmaria

O vento invade meu sul e me arrepia

Traz um turbilhão de memórias e silencia

Na minha alma pálida que se agonia.

 

Carrego os anos nas janelas dos olhos

Levantam-se enganos, são abrolhos

Andam as falas por becos de concretos,

A boca cala o canto em sussurros secretos.

 

A muito não me aconchego nas noites

Marcarei um triunfal encontro ascendente

Instantes de lua cheia o cruzeiro a frente.

Numa noite estrelada e com navegantes.