QUIETUDE

Estava

no meio do nada,

onde se encontrava

o tudo

em alguma curva de rio.

Árvores pactuavam o silêncio,

folhas flutuavam até o chão.

A chuva vinha de mansinho

hidratar minha'lma.

Trazia o vento o vazio em suas mãos,

o mundo dormia

um sono preguiçoso.

Meu olhar se perdia,

em algum labirinto de espuma,

contemplava as lonjuras de um sonho de outra vida.

Desejava apreender

todos os relógios,

e as religiões,

num acordo tácito

com o tempo

e com o Criador

Para que eu

pudesse me estender

indefinidamente alí,

dentro daquela paz,

tão desejada,

extrapolando

o sentido

da existência.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 31/07/2022
Código do texto: T7572309
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