QUIETUDE
Estava
no meio do nada,
onde se encontrava
o tudo
em alguma curva de rio.
Árvores pactuavam o silêncio,
folhas flutuavam até o chão.
A chuva vinha de mansinho
hidratar minha'lma.
Trazia o vento o vazio em suas mãos,
o mundo dormia
um sono preguiçoso.
Meu olhar se perdia,
em algum labirinto de espuma,
contemplava as lonjuras de um sonho de outra vida.
Desejava apreender
todos os relógios,
e as religiões,
num acordo tácito
com o tempo
e com o Criador
Para que eu
pudesse me estender
indefinidamente alí,
dentro daquela paz,
tão desejada,
extrapolando
o sentido
da existência.