OMELETE
Fazer poesia é como fazer omelete.
Mistura tudo.
A gema do teu ser.
A clara do teu saber.
O beicom do teu lado mais gordo.
O alho da tua pressão baixa.
O sal da tua pressão alta.
Enche de outros bagulhos.Uma pimenta vai bem...
Ajinomoto pra realçar o sabor.
Cebola pra chorar de amor.
Depois, mexe bem.
Depois mexe, bem.
E deixa que o fogo frija tudo
no escorregadio azeite
que odeia o teflon.
(Do meu livro Doce Febre)