Copacabana - Por Donzela do Gelo

Em Copacabana as ondas

se abrem em esquinas infinitas

das ruas que em mim, habitam,

ondulando sinais de chegadas

e partidas

quando ando nessa areia

nessas ruas de espumas,

grito, até abalar as entranhas

lugares que em mim,

antes, nem conhecia

em Copacabana o mar se torna véspera

e banho-me em espumas diante da multidão

neste banho mordo-me salgada

na beira dos morros que me cercam

e em risadas ébrias e vãs afundo

nestas águas de Copacabana que

agora habito e tento com afinco

no sal, e na espuma me livrar

da minha dor

quem sabe nas nadadeiras de algum

peixe, encontre leitos

e descanse do verão

pois, na verdade,

não há descanso em mim

mas sim multidões de ondas de marfim

e eu talvez junto a um cardume de tainhas

fique presa a uma rede e vá parar num

aquário

ou apenas

vire sereia, de um verão só

fantasma sem nome, em Copacabana

de ondas e esquinas infinitas

Donzela do Gelo
Enviado por Donzela do Gelo em 29/07/2022
Código do texto: T7570445
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