Coração de arlequim!
Ah, coração!
Por quais motivos me mal trata?
Que fiz pra que me torne escravo de teus desejos.
Sou submisso.
Sou um arquétipo de teus planos.
E você escarnece de mim.
Sou fragmentos... Pedaços infinitos de tuas vontades.
Porque decidiu ser tão maior do que a razão?
Porque me arrastas nessa infinidade da loucura que chamas de paixão.
De repente sou marionete em tuas gélidas mãos.
Tragédias anunciadas.
Ah, coração!
Quisera que fosses eu a te dar ordens.
Serviria apenas para pulsar dentro do meu peito.
Mas, não posso te comandar.
Aqui e alí é você quem manda.
Meus desmandos não contam.
Sou seu refém.
Um arlequim sem remédio.
Um trapo, cheio de remendos.
Não mando em você.
É você quem manda em mim.
Sandro R C Costa