Alma Cravejada
Minha alma encontra-se em ruínas
Enrosca-se nas linhas tênue das palmas
Pedaços de um lado em que não vejo
E do outro que a muito não desejo.
Essa alma estala quando a língua estremece,
O hálito cheira a pecado agridoce e cresce.
O que tinha não soltava e em tudo cabia,
Lábios entre-abertos e a emoção fervia.
São calejados toques a destronar a tarde
O dedo a catucar o ontem a despertar a cede,
O corte no tempo e a circuncisão na carne
A despedaçar o trilho e tudo que aplaine.