Vale dos Sonhos
No vale dos sonhos deitei a fronte
A inquietude dos dias me chamava
O sentido aflorara torrencialmente
Uma nevasca compulsão me tomava.
No lodo profundo deitei minha alma
De lá não sai a me castigar um tanto
Não calei o espanto de todo carma,
Bebi o licor da rosa deixada no canto
Num cântaro, do lado sereno da casa.
Bebi fel nas madrugadas intermináveis
Como se quisesse viver todo o torvo
Foram extremas vertigens, implacáveis
Um mergulho bem fundo antes do novo.