LÁGRIMA

Encontrei-me com a lágrima,

estava a me esperar,

paciente,

na fresta de uma

alegria vazia,

frontaria da

ilusão mal resolvida,

o gozo fútil da festa,

sem a sabedoria da espera,

Momentos

apenas se

acumulavam,

acotovelando-se

em desaprendizagens.

Não entendia

o necessário didatismo,

vivia só camuflado de viver

Então ela veio,

e face ao

ocorrido,

escorreu

pela face

árida,

ávida,

inundou

meus olhos,

desagou na'lma,

e seus óleos

lubrificaram

as engrenagens

do coração.

Pude

finalmente

perceber

o sinônimo

impresso no léxico

da existência.

A lágrima

não era,

essencialmente,

porta-voz

da tristeza,

era

a anunciadora

da renovação,

a terapêutica

revolução

dos sentimentos,

na busca

da resiliência,

ou de uma nova

residência

para habitarmos

a verdade,

e o viver.

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 16/07/2022
Código do texto: T7560743
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