Intrínsecos Vãos
Pintei a esperança no silêncio do sono
Pintei de musgo e mastiguei seus galhos
Olhei a vida em talos com olhos vesgos,
Quis de companhia o vaga-lume sonoro.
Usei a isca peguei a nado peixe assado
Pintei colmeias bebi melado fiquei lambuzado.
No teto de casa tem passarinhos acordados
Entre a tarde e a noite deles me embriago.
Não me atrevo a apressar a madrugada
Ela fechará meus cílios em sonhos e pesadelos
Mesmo que eu não a chame estará presente.
Muitas delas saio a passear lá fora e volto cético.