LÁGRIMAS DE MAR
LÁGRIMAS DE MAR
Certo dia escorriam nas rochas,
Algo além da minha imaginação,
E não vinham de nuvens nas Rocas,
Mas do mar de atóis no verão.
Lá chovia de modo efusivo,
Toda água salgada de mar,
Mas as águas devoram Narciso,
Com o choro do medo de amar.
Quem quer doce melando a face,
Vai brincar no mar da infância,
Pois na vida a dor é um passe,
Que dá força em nossa instância.
Mas não quero chorar só um pouco,
Ou sentir meu gemer de saudades,
Que revelam meu lado de louco,
Quando então, serei só vaidade.
Só não vou chorar como os rios,
Pois meu sal é profano de amar,
E revolta até meus calafrios,
Donde sangro lágrimas de mar.
E assim, eu abraço o meu mundo,
Dando a mão a quem não enxergar,
Sempre atento ao que comungo,
Por não ter razão para errar.