A Razão e a Coragem
Eu sou o próprio escuro da noite
Como também o clarão do dia
Sou a madrugada que antecede o corte
A dor parida e a inevitável agonia.
Sou o dorso, o avesso, a rua deserta e cinza
Sou a certeza do que a língua derrama
Sou a mentira a qual o corpo sinaliza
Eu me camuflo e sobrevivo na cama.
Os lodos dos becos foram passagem
A verde esperança imagem nua
A linguagem escrita mensagem crua
Tudo a perpassar pela razão e a coragem.