Minha mente
Talvez não entendas
Talvez diga que é drama
Talvez até te aborreça
Talvez nem te contenhas
Talvez nem queiras minha chama
É que vives nas frações de cada instante
Vives ardente em minha mente
És espinho que a meu coração espeta
És dor que minha alma esmaga
Não pelo amor que tenho por ti
Mas por não estar aqui
Não te esqueci
Habitas em mim
Nesta perene saudade
Que nos dias e noites me invade
Que ao meu lado se deita
A chama me encendeia
A boca me seca
Numa sede que meus pensamentos resseca
Num desejo que me queima
Me corrói
E me faz sobreviver nesse pouco
Nos restinhos de você
Que sob a pele ficou
Poderia amar-te aos poucos
Sem pressa
Na medida e hora certa
Na ternura de um olhar
No brilho do teu sorriso
Na cumplicidade dos dias
Na excentricidade das noites
Abandonar-me em teus braços
Entregar-me pouco a pouco
Saciar o meu anseio
Devagar
Sentir teu gosto
Mas és ladrão dos meus sentimentos
Não se desfaz ausente
E por perder-me no vazio
Me recolho
Guardo-me bem no fundo
És ausência
Que me mata por dentro
Lentamente
Faz-me fria
Tensa
Na insônia das minhas noites
Não o tenho
Não me sentes
Não divide-se
Não me cuida
Está tudo em minha mente
Que mente
Sente
Mas desmente