Insônia

Na escuridão

Com os olhos abertos

Ninguém por perto

Apenas a solidão

Olho, não vejo nada

Mas os olhos não cerram

Permanecem abertos

Vendo o que não há pra ver

Corpo cansado

De tudo fatigado

Deseja adormecer

E num revirar constante

Tem o cansaço aumentado

Já nem quer se mexer

Mas a espera pelo sono

Faz a dor aparecer

E pra dela fugir

Se revira

Vira

Em tentativa vão

De sucumbir

Enquanto o corpo luta

Os olhos

Parecem não estarem ali

Abertos buscam no breu

A visão que o faria dormir

E entre desejo e realidade

Pagam o preço

Corpo e mente

Donos de todo cansaço

Enquanto nesse mísero espaço

Se esvai a noite

Com ela a escuridão

E os olhos abertos

Que na noite não se acolheu

Contraem ao ver o dia

Como quem de vergonha

A cabeça inclina

Por agora ver a sina

De um corpo que definha

Num cansaço que a alma espinha

Vagando como espectro

Pelo dia

Sem da noite

Ter o beijo da alegria

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 22/06/2022
Código do texto: T7543067
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