Insônia
Na escuridão
Com os olhos abertos
Ninguém por perto
Apenas a solidão
Olho, não vejo nada
Mas os olhos não cerram
Permanecem abertos
Vendo o que não há pra ver
Corpo cansado
De tudo fatigado
Deseja adormecer
E num revirar constante
Tem o cansaço aumentado
Já nem quer se mexer
Mas a espera pelo sono
Faz a dor aparecer
E pra dela fugir
Se revira
Vira
Em tentativa vão
De sucumbir
Enquanto o corpo luta
Os olhos
Parecem não estarem ali
Abertos buscam no breu
A visão que o faria dormir
E entre desejo e realidade
Pagam o preço
Corpo e mente
Donos de todo cansaço
Enquanto nesse mísero espaço
Se esvai a noite
Com ela a escuridão
E os olhos abertos
Que na noite não se acolheu
Contraem ao ver o dia
Como quem de vergonha
A cabeça inclina
Por agora ver a sina
De um corpo que definha
Num cansaço que a alma espinha
Vagando como espectro
Pelo dia
Sem da noite
Ter o beijo da alegria