Apocalipse
Morrendo de fome, vizinho da
Terra que te dá de comer
Sobrevivendo às portas da riqueza
Que a natureza de graça vos dá
Mendigando migalhas do pão que
Brota do chão
Mortos de sede à beira da nascente
A regar a vida prometida
Pobres de tudo, espinha quebrada
Pelo regedor do nada
Olhos que não olham com medo de
Ver o que está a acontecer
E quem vê não fala, cala, fica esperto
Sai de perto, tranca a porta
É o medo! É o Medo! O medo é o
Segredo!
O que de humano havia, se o houve um dia
Foi-se embora
Não suportou o que vai pelo mundo afora
Nesta hora
Os cavaleiros do apocalipse ditam agora
A Vida lá fora.
Lita Moniz