Contraditório
Não sei se abandonei a poesia
ou se fui por ela abandonado,
mas sei que agora
sigo condenado
a viver corpo sem alma,
fogo sem chama,
como se fora possível
um viver tão contraditório.
Mas, embora desesperado,
me contenho,
depois que as raízes secam,
murcham, morrem, são sufocadas,
o resto é questão de tempo,
de um tempo que na verdade não tenho,
mas que ainda assim devo esperar