A Porta
Vejam, a porta range da dor sentida
Todos esses anos ao meu lado viva.
Ela me espera e sente quando a toco
Ela range, range da alegria vivida.
Essa porta é cúmplice da minha vida.
Reparem, que a sua cor se perdeu ,
A maçaneta está rígida do peso dos anos,
Ela ainda tem forças pela energia recebida
Nem sempre boa, mas sentida.
Encontra-se cravejadas de saudades,
De memórias alimenta-se com a sua idade.
Ela reportou, fechou e abriu tantas vezes,
Tantas vezes para o amor, amores.
Hoje ela se despedirá de mim,
Será trocada por uma nova porta.
Uma outra porta a substituirá, oca
Fria dos toques, das dunas vivas do amor.
A velha amiga que tantos anos me esperou
Se despediu a levar segredos dolor.