DÉCIMA PARTE DE:
UM PUNHADO DE VERSOS
(I) ”ORBE ORIUNDOS”
Solano Brum
Sou um ser de carne e osso... Oriundo do pó;
No mundo, movido por força extraterrena.
Nunca permiti compararem-me a pedra mó
Tampouco, a delicada pétala da açucena!
Meu sorriso não traduz ser eu um homem só,
Mas tenho na face, subtil traço d’um dilema;
Sou Hercules... Sou Salomão... O paciente Jó;
Talvez, um condenado cumprindo sua pena!
Minha irmã gêmea, por habitar em mim,
Interfere em meus atos; em tudo põe a mão;
Faz troça ao negar ou sorrir dizendo “sim!”
Mantém minh’alma envolta em teia de filó,
Diz-me ser a Musa de minha inspiração
E que há de retornar comigo ao mesmo pó!
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(II) LÍRICA POESIA
Solano Brum
Dizem que, é no sonho que mora a ilusão...
Ah! Todo sonho é sempre uma mentira
Ou eu não teria, inda no peito, coração
Como alvo pendurado, exposto a mira!
- Qual a cor da esperança? – É crendice
Ter sido a última da caixa de Pandora?
- Quem ama, porque insiste na mesmice
De que, haverá flores pela vida a fora?
Sonhos, mentiras, esperanças, ilusões,
Quarteto que gira em torno do “Amor”
Consagrado de virtudes nas paixões...
Mas, sendo mentira, será doce fantasia;
A Esperança, quem a tiver, verá sua cor
Nas inspirações de uma Lírica Poesia!
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(III) DESPEDIDA DO OUTONO
Solano Brum
De malas feitas prá viagem de um ano,
- Passando as chaves ao novo inquilino,
Vai se despedindo a Estação do Outono
Aos toques mágicos de longínquo sino!
Às suas tardes coloridas, eu me declino
Exaltando a beleza em primeiro plano!
Parte num ginete o cavaleiro paladino,
Com ventos ululantes de tirarem o sono!
Como todos, nessa vida, ele é passante;
Mas sua estrada é de ouro e iluminada
Pelos sóis que se põem languidamente!
Obedecendo aos Poderes do Pai Eterno,
Sai deixando a casa limpa e arrumada
Ao novo inquilino, chamado Inverno!
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Na plataforma de uma estação,
De casaco e luvas, até no punho;
Paciente, o outono tem precisão
Do inquilino, no dia 21 de junho!
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Graciosa Interação - Parabéns Poetisa. Obrigado
INTERAÇÃO
Marisa Sá
O outono despede-se da alvorada,
Cúmplice deste cenário,
Derramaste raios do sol na caminhada,
Aguardamos seu retorno em sons de um canário.
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Poeta, como sempre, desde que o conheci, tens revelado um grande Amigo e atencioso. Obrigado por sua presença e sua linda Interação!
A LUZ DO MUNDO
Jacó Filho
Que seremos já sei, como desconheço...
Profeta e videntes tendo visões iguais,
O Brasil assume o topo, ninguém mais...
Pros outros, o fim, pra nós um começo...
Num cerrado goiano, no local mais zen,
Fica o centro de luz, proteção do além...
Vai filtrar do povo, o que mata o bem,
Garantir pro país, o que hoje, não tem...
Seremos em breve, celeiro pro mundo,
Não só de alimento, mas boa conduta...
Teremos voz clara, que o céu escuta...
Tamanho milagre, é de Deus, oriundo...
E se merecemos, que ninguém discuta...
Cada qual tenha fé na força absoluta...
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