TODAS AS MORTES SÃO BURRAS
A MORTE
Incomoda tanto,
que ninguém a quer por perto.
Mas ela vive (paradoxo).
E ela espreita.
Pulula nos leitos de uti.
Sassarica nos recantos
de guerra.
Dissimula-se nos laboratórios.
Faz-se de morta (redundância)
nos meandros da política.
Faz-se de viuva
em artimanhas de união.
Não há, que eu saiba,
alguma morte sábia.
Todas são burras.
Assim como ingênuas
são as vidas sem um ideal.
Assim como pobres
são as esperanças
de futuros sem matéria.
Nada há que explique
vida além de inteligências
de agora. Do agora.