NINHO
Silenciosamente,
a vida vai
alinhando
os passos,
aninhando
espaços,
serenos
espasmos
no exercício
de ocupar,
perene,
algum lugar,
sem
alardes,
sirenes,
as tardes,
somente,
silentes.
É tudo
que se quer,
não ser
só a gota
nem apenas
o carvalho
ser mais
que a manhã
rôta,
ser chuva ...
ser orvalho.
Ser caminho,
um abraço
de purpurina,
na existência,
no compasso,
na circunferência,
tão uterina,
que de volta
em volta,
sempre
volta,
de mansinho,
a ser ninho.
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