UM DEVOTO NA PENHA
...E nas areias da praia da Penha, ele caminhou:
Sentou-se sobre uma velha jangada;
Viu o nascer de um sol, que o contemplou,
Juntamente com uma linda alvorada,
E, de emoção, chorou !
Era um lugar que quase ninguém passava;
A não ser, a brisa das ondas frias
Que, sobre espumas prateadas, soprava
Para os lados que queria,
Sob o azul daquele céu que o olhava.
Admirava-se com tais movimentos:
Alguns tons meio esverdeados;
Com as ondas que cresciam conforme os ventos,
Que empurravam pescadores aos descampados,
Com os pescados para seus sustentos.
Andou nas trilhas dos, enfileirados, coqueiros,
Com seus parceiros de fiéis rituais;
Passeou entre floras, cheirosas, de cajueiros
Buscando suas bênçãos especiais
E a sua proteção para o ano inteiro !
Deu graças, ao apreciar aquele imenso mar,
Com a sua visão, de dentro de uma , santa, capela,
Com desejos de um dia voltar...
E ali orou com a sua fé singela,
Diante daquele lindo altar !
...E tudo, que com ele se passou, ficou no seu coração:
A santa da Penha, Mãe consagrada...
Que com a sua intervenção
Junto ao Pai , nessas missões sagradas,
Haverão de acolher às nossas orações !