Drummond e eu
Quando nasci, Drummond veio comigo.
Fomos gerados na mesma poesia.
Habitamos o útero da mesma mulher que amava a lua.
Eramos quase siameses.
Crescemos juntos.
Ele com seus romances e eu com meus milhões de sonhos.
Ele no "Brejo das almas" e eu sem títulos.
Ele brincava com palavras e eu nos jogos de imitação.
Ele falava de amor, e eu tentava viver de amor.
Ele respirava sentimentos e eu aspirava saudades.
Drummond exalava romances e eu procurava razões.
Ele cresceu e alcançou as estrelas.
E eu... Bem, continuo construindo escadas pra chegar lá.
Drummond voltou pro céu e eu... Bom, não sei se o céu aceita sonhadores.
Sandro R C Costa