Dois Extremos de Mim Viestes nos becos escuros de mim, E eu...lá estava sobre os joelhos, Olhava para eles que parados e frios Feriam a todo tempo o piso do quarto. Chegastes e querias muito numa noite E queria nada, nada numa manhã Em que me encontrava perdida Com mil perguntas sem respostas, Um retângulo vazio e gélido me cobria Onde me colocava em reticência. Os cabelos o véu que vedada a vergonha. Mas, eu te observava por entre a franja. O que vieste buscar eu não dei, O que tiraste de mim não senti. Não deitei no tempo a expressão do olhar, Não dei conta quando a luz estava acesa. Os olhos negros no espelho ficaram parados E assim, rompeu um século dentro do peito. A porta do altar nunca foi aberta para nós. E nem oferendas foram dadas aos deuses. Eu caminhei pela vida numa linha solitária Com uma tábua de xadrez em minhas mãos Onde os dedos não tinham movimentos Na lógica do raciocínio. Eu, reles mortal que se mortalizava No beco escuro e fétido do medo, Fui esse medo, tantas vezes, quantas No decorrer da contagem dos dias. Eu que muitas vezes estive face a face Nesse instante não desejei estar diante de ti, Fiquei em frente a ti mas em completo silêncio, A buscar unir os dois extremos de mim.