Madrugada
Na madrugada
Gélida brisa toca
Pálido corpo
Que empedernido
A sente
Mas que a sente
Mente
Sem beneplácito
Se encolhe
Recolhendo-se em si
Não o frio
Mas a dor
O amor
A dor do amor
Inócua brisa
Que o toca
O faz sentir
Não a ela
O frio
Sombrio
O sombrio frio
Da quimera
Outrora absolta
Para agora
Ocultar
Chorar
O choro ocultar
Tornando taciturno
O sentimento
Que traz a mim
Segredo
Medo
Em segredo o medo
Recôndito o faço
Pra que não reverbere em mim
Esdrúxula é a figura
Criada
Moldada
Criada em mim moldada
Vista no alpendre
No balustre recostada
Em dor pungente
Sinto
Minto
Minto que nada sinto
Modorrento segue o tempo
E sectario te sinto
Mas se me perguntas
Minto
Sinto
Minto que nada sinto
Teu comportamento muda
Vituperio o torna
Mas se digo
Reage
Invade
Reage e me invade
É madrugada
Agora fria
E todo o corpo
Arrepia
Adia
Arrepia porque adia
Pra outro dia
As alvissaras
Que está a esperar
É só mais um dia
Madrugada fria
Em outro dia com a alma fria