AUSÊNCIAS

 

                    Solano Brum

 

Ontem desdenhou; hoje, pelos cantos, chora...

Da janela, vê nosso retrato rasgado ao meio...

Dizem que, do fim do dia ao clarão da aurora,

Tem o travesseiro, por toda a noite junto ao seio!

 

Também me sinto só... Nosso verso, eu o leio

Sem entender a solidão que me apavora!

É como que, um coração, partido ao meio,

Não sente dor; tampouco sabe por que chora!

 

A contar de hoje, são dez dias de ausência;

Junto aos mesmos, não beijo os lábios dela,

E a descrença de quem perdeu o encanto...

 

Toca-me a ponta da flecha da impaciência...

Ah, vãos comentários! Sou eu que, da janela,

Vejo minh’alma chorar de canto a canto!

= = = = = =

 

Grato Poeta, por sua presença e linda Interação.

 

 

    TRISTE AUSÊNCIA

                  Jaco Filho

 

Voltava ao mar pra ver-te ao fim do dia;

Beijávamos sob o canto de passarinhos;

Arco-íris de sons iluminava nosso ninho;

Nossas almas transbordavam de alegria...

 

Partiste certa vez e as alegrias se foram,

Sob um Sol vermelho em rito de funeral.

Entre nós e o horizonte a tristeza mortal,

Grita tua ausência sem que me socorram...

 

O céu escurece e nuvens trazem o medo

Dá guarida à saudade, que já me devora,

Fazendo-me sofrer, tal criança que chora...

 

Não ver teu sorriso matou nosso segredo,

Só restou a poesia que minh’alma decora.

E todos os encantos, vão contigo embora...

                    = = = = =

 

Solano Brum
Enviado por Solano Brum em 18/03/2022
Reeditado em 21/03/2022
Código do texto: T7475266
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