ESPERAR
Agora conheço teus desígnios,
tempo que me engolfou
de ansiedades vãs.
Nunca ousei
deitar-me em teus vazios,
adormecer coberto pelo nada.
Era apenas a sombra tênue
de uma manhã ensolarada.
Me despedaçei
nas azáfamas
de cada momento,
me despetalei
nos açodamentos
de quem não conheceu
a serena hora
do desabrochar.
Atualmente,
cultivo silêncios
na horta que adubo
com as sementes
da paciência
que sobrou
e não soçobrou
no vento
que tudo levou.
Hoje,
apenas tenho pressa
de esperar.
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