ESPERAR

Agora conheço teus desígnios,

tempo que me engolfou

de ansiedades vãs.

Nunca ousei

deitar-me em teus vazios,

adormecer coberto pelo nada.

Era apenas a sombra tênue

de uma manhã ensolarada.

Me despedaçei

nas azáfamas

de cada momento,

me despetalei

nos açodamentos

de quem não conheceu

a serena hora

do desabrochar.

Atualmente,

cultivo silêncios

na horta que adubo

com as sementes

da paciência

que sobrou

e não soçobrou

no vento

que tudo levou.

Hoje,

apenas tenho pressa

de esperar.

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 14/03/2022
Código do texto: T7472084
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