DESACOSTUMADO
Ando com saudades
das coisas que nunca tive,
desabituado que estou
de cultivar ausências.
Não tenho a lua,
apenas o luar,
do mar,
respiro só gotas pálidas,
como pétalas de jasmim,
pela falta de um amor,
que seja o meu jardim.
Ando triste,
consumindo solidões
cruas,
consumido nos silêncios,
das ruas
das peles nuas,
despidas
nas esperanças
vãs,
vão da
despedida.
Tento a todo custo
fugir de mim,
mas encontro-me
nas esquinas baldias,
vértices das noites vazias,
vestem-se com as cores frias,
abandonos de todos os dias.
Desacostumei-me
com essa ausência,
presente
e eternamente fugidia.
Apenas tenho
a presença
ausente
para me fazer companhia.
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