NÃO CABE MAIS
Na entediante
sala de aula,
a vetusta docente
fazia a chamada:
João, da prosa fria?
– presente!
Maria, do texto raso?
– presente!
José, do discurso vazio?
— presente!
Alfredo, dos versos infinitos?
Alfredo, dos versos infinitos?
– ele não está mais neste mundo, professora.
– Oh, meu Deus! Ele morreu?
– ao contrário: ele viveu!
— foi habitar na sua poesia.
– ela já não cabe mais aqui, ou em qualquer outro lugar.
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